sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Os mil braços da compaixão

Avalokiteshvara, em sânscrito Avalokiteśvara, "Aquele que enxerga os clamores do mundo", é o/a bodhisattva que representa a suprema compaixão de todos os Budas. Um ser bodhisattva é aquela criatura que está adiantada ou pronta para alcançar o estado de Buda, contudo faz voto de só alcançá-lo plenamente quando nenhum ser estiver mais no samsara, ou na roda de encarnações neste mundo.
No Tibete é conhecido como Chenrezig. Também apresenta-se sob a forma feminina na China, onde é conhecida como Kuan Yin ou Guan Yin, e no Japão, onde é chamada de Kannon ou Kanzeon Bosatsu.
A ligação entre Avalokiteshvara e o Buddha Amitaba é expressa por uma parábola que diz que o bodhisattva, ao ver o sofrimento nos infernos, fez o voto de só atingir a iluminação quando os esvaziasse. Amitaba então perguntou que castigo ele receberia se falhasse e Avalokiteshvara lhe respondeu que poderia lhe partir a cabeça ao meio se não o fizesse. Imediatamente, Avalokiteshvara começou a retirar os seres dos infernos e trabalhando incessantemente, conseguiu esvaziá-los. Porém, tão logo se apresentou a Amitaba, os infernos estavam repletos, pois apenas os humanos mortos eram suficientes para enchê-los. Amitaba então bateu em sua cabeça e ela se partiu, nascendo em seguida mais cabeças e mais braços, para que Avalokiteshvara pudesse ver e acudir o número imenso de seres presos nos infernos e no samsara. Essa pequena história retrata a compaixão providente dos budas, que mesmo diante de nossos compromissos mais estranhos - partir a cabeça, por exemplo - podem extrair benefício a todos. Encontra-se na iconografia budista imagens de Avalokiteshvara com mil braços e cabeças. Na palma de cada uma de suas mil mãos há um olho para que ele possa enxergar em todas as direções e não perca de vista nenhum ser em sofrimento. 
(fonte: Wikipedia)

Neste magnífico balé, jovens chineses surdos-mudos interpretam com impressionante perfeição a dança de Avalokiteshvara de mil braços. Podemos perceber nessa plasticidade dos sentidos o que nos diz o Sutra do Coração "...e dessa maneira no vazio não há forma, não há sensações, não há discriminação e não há consciência. Não há olho, não há ouvido, náo há nariz, não há língua, não há corpo e não há mente. Não há cor, não há som, não há cheiro, não há gosto, não há tato e não há fenômenos. Nada existe desde o reino da visão até o reino da consciência...". O som independe da audição para ser captado. Pode ser ouvido com cada célula do corpo e, principalmente, com o coração. O mesmo se dá com todos os outros sentidos, pois todos brotam da mesma fonte, o vazio. Portanto, se são construídos, podemos brincar com eles, trocá-los de lugar. Podemos, por exemplo, fechar os olhos e escutar a paisagem. Experimentem! E inventem outros exercícios também. Depois me contem aqui!

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