segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma andorinha só também faz Rohatsu!

E é isso aí, amigos! Paz pra todo mundo!!! Este é meu último suspiro antes da pausa que vou dar aqui no Shunyata e no resto da internet (e no celular, telefone, televisão, etc.), pois a partir de meia-noite... não, não levarei suas almas como o Zé do Caixão, não se preocupem, mas entrarei em Mahamuni, a prática do Grande Silêncio, até o dia 8/12.
Infelizmente estou impossibilitada de fazer o Rohatsu Sesshin - Retiro da Iluminação do Buda que acontece todo ano de 1 a 8 de dezembro - junto com minha querida Sangha, no paraíso terrestre que é o mosteiro Eisho-Ji em Pirenópolis-GO. Por isso decidi fazer um retiro de silêncio aqui na cidade mesmo, em pleno Samsarão! Uma eremita urbana, acreditam?! Vamos ver se consigo. Fazer uma cantora tagarela como eu ficar calada... só o Buda mesmo! Depois conto pra vocês se deu certo!
Aquele Abraço!
Gasshô,
Valeria

Partido Alto

O que é que o Zen tem a ver com Partido Alto? Vou contar uma historinha pra vocês. Num delicioso final de semana que passamos na companhia do Mestre Tokuda em Macaé de Cima (Nova Friburgo-RJ) ele sugeriu uma brincadeira em volta da fogueira numa noite de lua cheia maravilhosa. Era assim, cada um tinha que fazer um haikai, que é um tipo de poesia em versos curtinhos feita de improviso, inspirada em temas que surjam naquele momento, sem deixar espaço para criações intelectuais. E começamos a brincar. Num determinado momento a gente percebeu que tinha virado uma brincadeira de Repente com sotaque nordestino e tudo e caímos na gargalhada. Explicamos pra ele como é que era isso, esse duelo poético que é o Repente e ele falou: "Então vamos brincar de Repente, né?!" e entrou na brincadeira! Foi Repente que não acabava mais! Era julho e a gente assava queijo de coalho na fogueira, virou uma verdadeira festa caipira!

Mas e o Partido Alto?!!! Me deparei nas minhas andanças virtuais com esse filme que eu já tinha assistido com o inesquecível Candeia e num determinado momento ele fala que o Partido se assemelha muito ao Repente. Claro!!! Obrigada, Candeia, Paulinho da Viola, Leon Hirszman! Dedico essa minha "viagem musical" ao maior repentista japonês de todos os tempos, Tokudinho do Igarapé!



Partido Alto é um documentário brasileiro, escrito e dirigido por Leon Hirszman. Produzido pela Embrafilme, filmado em 1976 e lançado em 1982, o filme conta um pouco da história do Partido-Alto, subgênero musical derivado do samba, com raízes na batucada baiana. O documentário apresenta o partido-alto como um estilo livre de expressão e comunicação imediata, com versos simples e improvisados, de acordo com a inspiração de cada um - ao contrário do samba que estaria comprometido com o espetáculo. A narração do curta-metragem foi feita pelo sambista Paulinho da Viola.
fonte: Wikipedia






sábado, 21 de novembro de 2009

Takkesage - O verso do Kesa




"Quando eu me encontrava na China da Dinastia Sung, no fim da plataforma elevada, notei que cada manhã no fim do zazen o monge ao meu lado apanhava seu manto, o colocava na cabeça e fazendo um gasshô, recitava o seguinte:

Que maravilhoso é este manto!
Como um campo que dá todo tipo de felicidade.
Agora desdobramos aquilo que o Buddha transmitiu,
Para que todos os seres fiquem felizes.

Ao ouvir isto, me enchi da maior emoção e alegria que jamais havia experimentado em minha vida. Sem querer verti lágrimas de gratidão, e meu colarinho se umedeceu. Por quê? Apesar de ter lido o Agama Sutra antes e ter notado ali este verso, não sabia como era feito, em todos os detalhes. Vendo isto ante meus próprios olhos naquele momento me encheu de alegria. Disse então para mim mesmo, "Ora vejam só, quando estava no Japão, meus mestres jamais me ensinaram isto, nem haviam bons amigos que me tivessem mostrado esta prática. Quanto tempo, lamento dizer, desperdicei em vão. Que feliz estou agora, já que devido às minhas boas ações no passado, fui capaz de chegar a constatar isto. Se tivesse ficado no Japão, como poderia ter disto me inteirado, isto é, de como o monge sentado ao meu lado praticava usando o manto do Buddha?" Cheio destes sentimentos misturados de alegria e tristeza, chorei copiosamente. Prometi então a mim mesmo, "Me tornarei, apesar de indigno de tal, um herdeiro correto do buddhismo, um recipiente da prática buddhista, e transmitirei o Dharma a meus concidadãos, que me foi corretamente transmitida junto com o manto."
Esta promessa não foi, fico feliz em dize-lo, em vão, pois muitos leigos e monges usam hoje o manto. Aqueles que receberam o manto devem venerá-lo sempre. Ao fazer tal, adquirem o mérito mais elevado. Não é muito difícil de ouvir uma palavra ou verso do Dharma, pois até as pedras e árvores o manifestam constantemente. Não importa onde formos, contudo, é muito difícil de encontrar o mérito do manto que foi corretamente transmitido.
Em outubro de 1224, dois monges coreanos, Chi Hyun e Kyung Oon, foram a Chingyuan-fu na China Sung. Apesar de darem palestras constantemente sobre os sutras, eram apenas eruditos. Suas aparências não diferiam daquelas de pessoas comuns, pois que não tinham nem um manto nem tigelas. Que trágico é ser um monge apenas aparentemente e não ter a essência de um monge. Isto se deve quem sabe ao fato de pertencerem a um pequeno país periférico. Quando monges japoneses vão a outros países, se parecem muito com estes dois camaradas.
O Buddha venerou respeitosamente o seu manto durante doze anos. Nós, que somos seus seguidores devotados, devemos nos aplicar ao estudo de tal fato. Não devemos jamais venerar o céu, divindades, Reis ou ministros para obter através disto a fama ou o lucro, pois que nada nos dará felicidade maior que venerar o manto buddhista."

Extraído do Kesa Kudoku - O Mérito de se Usar o Manto Buddhista.
Capítulo 82 do Shobogenzo de Dôgen Zenji (1200-1253). Adaptado da tradução do monge Ryokyu Marcos Beltrão.
Fonte: Ecos do Silêncio.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Salve Zumbi! Salve Jorge!













África Brasil
(Jorge Ben Jor)

Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Capinda, Nina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
Aqui onde estão os homens
Dum lado, cana-de-açúcar
Do outro lado, um imenso cafezal
Ao centro, senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Jai Guru Deva... Glória ao Mestre!

Reverenciando as Três Jóias peço tenacidade em minha prática. 
Dedico esta canção ao nosso mestre, Tokuda Roshi, ou como ele singelamente prefere ser chamado, nosso amigo Tokudinho.
Dedico-a também a todos os praticantes da Sangha Mahamuni, meus irmãos no dharma e à grande sangha que é toda a humanidade.
Que todos os seres possam manifestar plenamente sua Natureza Original de Buda em todas as infinitas direções do universo!



Across The Universe
The Beatles
(Lennon / McCartney)


Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither while they pass they slip away across the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind,
Possessing and caressing me.
Jai guru deva, Om...
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Images of broken light which dance before me like a million eyes,
They call me on and on across the universe.
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box,
They tumble blindly as they make their way across the universe
Jai guru deva, Om...
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Sounds of laughter, shades of love are ringing through my opened ears,
Inciting and inviting me.
Limitless undying love, which shines around me like a million suns,
And calls me on and on across the universe.
Jai guru deva, Om...
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Jai guru deva,
Jai guru deva,
Jai guru deva,
Jai guru deva,
Jai guru deva,
Jai guru deva...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Buda Amitabha




Amitaba ou Amitabha é um dos Cinco Budas da Meditação, sendo o buda principal da família de Lótus (em tibetano: Pema), da direção Oeste, de cor vermelha, que purifica o karma do desejo. O animal associado é o pavão e seu elemento fogo, seu agregado é a percepção. Representa a sabedoria discriminativa dos Budas. Sua sílaba sagrada em tibetano é Hri. Sua consorte é Mamaki, que representa a propriedade do que é sólido.
Amitaba tem um especial comprometimento com a iluminação de todos os seres, sendo conhecido como o Buda da transferência da consciência na hora da morte, a passagem pelo bardo da morte, sendo objetivo dos que o cultuam alcançar a iluminação ou renascer na Terra Pura de Amitaba, de onde se alcança a iluminação.
No Tibete é conhecido por Od Pagme e no Japão por Amida Niorai (阿弥陀如来, あみだにょらい), sendo o mantra do Buda Amida em japonês conhecido por nenbutsu, como contração de Namo Amida Butsu. Acredita-se que a repetição do nenbutsu leva ao renascimento na Terra Pura de Amitaba. A devoção ao renascimento na Terra Pura de Amitaba originou no Japão o Budismo Terra Pura.
No budismo vajrayana praticamente todas as divindades representadas na cor vermelha pertencem à família Lótus e em geral, em sua iconografia, possuem uma pequena imagem do Buda Amitaba sobre suas cabeças, indicando serem uma emanação em relação a Amitaba.
(fonte: Wikipedia)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vôo Livre


Ser livre é aprender a voar... às vezes em bando, às vezes aos pares. É se preparar para o grande e último vôo... aquele que a gente só pode fazer sozinho.



Amor e Amizade



Acredito que em nossa grande maioria ainda não nos amamos realmente para amar alguém. Temos apego pela nossa auto-imagem, pelo nosso ego, pela nossa identidade construída que nem sabemos direito o que é, mas como achamos que é só isso que existe, temos muito medo de perdê-la. E quando "amamos" alguém, estamos amando o reflexo dessa identidade no outro. Eureka! Vislumbramos a possibilidade de agarrar essa identidade fora de nós, só pra garantir. É uma enorme egotrip! Narcisismo total! E é por isso que acabamos machucando uns aos outros. Quando nos damos conta dessa grande ilusão nos culpamos e nos sentimos enganados pelo ser amado. "Como é que esse ser não corresponde a todas as minhas expectativas?" nos perguntamos atônitos. Mas nós também criamos muitas expectativas em relação a nós mesmos, pois não percebemos que já somos absolutamente perfeitos em nossa natureza original.
O verdadeiro amor está muito longe disso. Acho que nas relações de amizade podemos vivenciar mais plenamente o sentimento de amor. Talvez porque não estejamos tão envolvidos pelos sentidos físicos, que, convenhamos, nos deixam bastante confusos. Não é à toa que o Sutra do Coração nos alerta o tempo todo sobre a vacuidade de sua existência. Mas isso vale para todos os fenômenos. O que estou querendo dizer é que se os fenômenos brotam da vacuidade, ou seja, se forma é vazio e vazio é forma, podemos experimentar amar nossos amados assim como amamos nossos amigos, enxergando-os além da forma física que nos agrada, sentindo muito mais do que somos capazes através de nossos cinco sentidos e, principalmente, deixando-os livres para simplesmente existir, sendo exatamente quem eles já são. Isso é amizade. Isso é amor. Que tal praticá-lo em todas as nossas relações?

domingo, 8 de novembro de 2009

O seu amor

(Gilberto Gil)

O seu amor
Ame-o e deixe-o livre para amar
Livre para amar
Livre para amar

O seu amor
Ame-o e deixe-o ir aonde quiser
Ir aonde quiser
Ir aonde quiser

O seu amor
Ame-o e deixe-o brincar
Ame-o e deixe-o correr
Ame-o e deixe-o cansar
Ame-o e deixe-o dormir em paz

O seu amor
Ame-o e deixe-o ser o que ele é
Ser o que ele é
Ser o que ele é

O amor é um pássaro livre...

O que comumente chamamos de amor, quando dizemos estar apaixonados, na maioria das vezes é mais uma manifestação de desejo e apego. Ainda vemos o objeto de nossa paixão como algo separado de nós, algo que desejamos possuir e do qual não podemos nos separar mais. O verdadeiro amor vai muito além, pois nele enxergamos o ser à nossa frente como uma manifestação da natureza perfeita de todas as coisas e somos capazes de reverenciá-lo e respeitá-lo, assim como o fazemos com tudo o mais que nos cerca. O verdadeiro amor passa antes de tudo pelo respeito à liberdade do ser amado. E liberdade não tem nada a ver com posse ou apego. Entretanto liberdade não significa leviandade, mas implica uma enorme responsabilidade. É um exercício diário de atenção plena... Viver e deixar viver... Amar e deixar amar... Inspirar e expirar...

Carmen

Habanera
(Georges Bizet)

Quand je vous aimerai?
Ma foi, je ne sais pas,
Peut-être jamais,
peut-être demain.
Mais pas aujourd'hui, c'est certain.

L'amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser,
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle,
S'il lui convient de refuser.
Rien n'y fait, menace ou prière,
L'un parle bien, l'autre se tait;
Et c'est l'autre que je préfère
Il n'a rien dit; mais il me plaît.
L'amour! L'amour! L'amour! L'amour!

L'amour est enfant de Bohême,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!

L'oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l'aile et s'envola;
L'amour est loin, tu peux l'attendre;
Tu ne l'attend plus, il est là!
Tout autour de toi vite, vite,
Il vient, s'en va, puis il revient!
Tu crois le tenir, il t'évite;
Tu crois l'éviter, il te tient!
L'amour, l'amour, l'amour, l'amour!

L'amour est enfant de Bohême,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Os mil braços da compaixão

Avalokiteshvara, em sânscrito Avalokiteśvara, "Aquele que enxerga os clamores do mundo", é o/a bodhisattva que representa a suprema compaixão de todos os Budas. Um ser bodhisattva é aquela criatura que está adiantada ou pronta para alcançar o estado de Buda, contudo faz voto de só alcançá-lo plenamente quando nenhum ser estiver mais no samsara, ou na roda de encarnações neste mundo.
No Tibete é conhecido como Chenrezig. Também apresenta-se sob a forma feminina na China, onde é conhecida como Kuan Yin ou Guan Yin, e no Japão, onde é chamada de Kannon ou Kanzeon Bosatsu.
A ligação entre Avalokiteshvara e o Buddha Amitaba é expressa por uma parábola que diz que o bodhisattva, ao ver o sofrimento nos infernos, fez o voto de só atingir a iluminação quando os esvaziasse. Amitaba então perguntou que castigo ele receberia se falhasse e Avalokiteshvara lhe respondeu que poderia lhe partir a cabeça ao meio se não o fizesse. Imediatamente, Avalokiteshvara começou a retirar os seres dos infernos e trabalhando incessantemente, conseguiu esvaziá-los. Porém, tão logo se apresentou a Amitaba, os infernos estavam repletos, pois apenas os humanos mortos eram suficientes para enchê-los. Amitaba então bateu em sua cabeça e ela se partiu, nascendo em seguida mais cabeças e mais braços, para que Avalokiteshvara pudesse ver e acudir o número imenso de seres presos nos infernos e no samsara. Essa pequena história retrata a compaixão providente dos budas, que mesmo diante de nossos compromissos mais estranhos - partir a cabeça, por exemplo - podem extrair benefício a todos. Encontra-se na iconografia budista imagens de Avalokiteshvara com mil braços e cabeças. Na palma de cada uma de suas mil mãos há um olho para que ele possa enxergar em todas as direções e não perca de vista nenhum ser em sofrimento. 
(fonte: Wikipedia)

Neste magnífico balé, jovens chineses surdos-mudos interpretam com impressionante perfeição a dança de Avalokiteshvara de mil braços. Podemos perceber nessa plasticidade dos sentidos o que nos diz o Sutra do Coração "...e dessa maneira no vazio não há forma, não há sensações, não há discriminação e não há consciência. Não há olho, não há ouvido, náo há nariz, não há língua, não há corpo e não há mente. Não há cor, não há som, não há cheiro, não há gosto, não há tato e não há fenômenos. Nada existe desde o reino da visão até o reino da consciência...". O som independe da audição para ser captado. Pode ser ouvido com cada célula do corpo e, principalmente, com o coração. O mesmo se dá com todos os outros sentidos, pois todos brotam da mesma fonte, o vazio. Portanto, se são construídos, podemos brincar com eles, trocá-los de lugar. Podemos, por exemplo, fechar os olhos e escutar a paisagem. Experimentem! E inventem outros exercícios também. Depois me contem aqui!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Toda pérola começa como um grão de areia...


Para que uma pérola exista, é necessário que uma ostra seja invadida por um grão de areia, que fere sua carne até que ela o paralise com uma substância chamada madre-pérola, envolvendo-o. Quanto mais tempo a ostra fica fechada, maior vai ficando a pérola que se formou do encontro da ostra com o grão de areia. Se a ostra não se abrisse e fechasse para respirar, não receberia o invasor, e a pérola jamais existiria.

A prática do nome

Na nossa tradição, o Zen-Budismo, quando recebemos a ordenação monástica é como se estivéssemos nascendo para uma nova vida, a vida do Dharma. Não que isso signifique que devemos abandonar nossa vida cotidiana, nossos afazeres, nosso trabalho, nossos entes queridos, nada disso. Mas fazemos votos de incorporar o Dharma às nossas vidas, seguindo o caminho que o Buda nos ensinou como uma forma de aliviar o nosso sofrimento e o dos seres à nossa volta.
Simbolicamente, como estamos nascendo para uma nova vida, totalmente dedicada ao Dharma, nosso Mestre nos dá um novo nome. Esse nome é na verdade um koan que vamos carregar conosco para o resto da vida. Um koan, no meu humilde entendimento, é uma espécie de enigma sem solução aparente, sob a forma de uma frase, um poema, uma pequena história, ou mesmo de uma pergunta sem resposta. Não é para ser entendido com a mente. Para compreender um koan é preciso praticá-lo. E o mesmo se dá com o nosso nome. É um precioso presente de nosso Mestre para nos auxiliar na prática. Através desse nome, o Mestre nos incentiva a desenvolver qualidades que ele identifica em nós, mas que nem suspeitávamos ter.
Quando fui ordenada, meu Mestre, Tokuda Roshi, me deu o nome Gyokuhô Seiin, que quer dizer "Pérola Preciosa do Puro Yin".
Ele explicou de maneira muito poética e emocionante que existe uma lenda no Japão que diz que quando uma pessoa tem uma bela voz é como se tivesse uma pérola preciosa na garganta e que quando a pessoa canta essa pérola gira emitindo um som que é como o puro Yin, o princípio feminino da natureza.
Como cantora, não poderia ter ficado mais feliz! Foi como se eu estivesse recebendo uma confirmação e ao mesmo tempo, uma missão: Usar minha voz para compartilhar o Dharma, cantando, falando e mesmo escrevendo aqui neste singelo espaço.
Agradeço a vocês pela oportunidade de praticar!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bonjour Vietnam


(Pham Quynh Anh)

Raconte-moi ce nom étrange et difficile à prononcer
Que je porte depuis que je suis née
Raconte-moi le vieil empire et le trait de mes yeux bridés
Qui disent mieux que moi ce que tu n'oses dire
Je ne sais de toi que des images de la guerre
Un film de Coppola, des hélicoptères en colère

Un jour, j'irai là-bas
Un jour, dire bonjour à ton âme
Un jour, j'irai là-bas
Te dire bonjour, Vietnam

Raconte-moi ma couleur, mes cheveux et mes petits pieds
Qui me portent depuis que je suis née
Raconte-moi ta maison, ta rue, raconte-moi cet inconnu
Les marchés flottants et les sampans de bois
Je ne connais de mon pays que des photos de la guerre
Un film de Coppola, des hélicoptères en colère

Un jour, j'irai là-bas
Un jour, dire bonjour à mon âme
Un jour, j'irai là-bas
Te dire bonjour, Vietnam

Les temples et les Bouddhas de pierre pour mes pères
Les femmes courbées dans les rizières pour mes mères
Dans la prière, dans la lumière, revoir mes frères
Toucher mon arbre, mes racines, ma terre

Un jour, j'irai là-bas
Un jour, dire bonjour à mon âme
Un jour, j'irai là-bas
Te dire bonjour, Vietnam
Te dire bonjour, Vietnam



Para que possamos dizer sorrindo, "Bom dia, Vietnam!", visite http://helpbatnha.org/